Prática milenar originária da França, a aromaterapia tem benefícios já conhecidos na saúde do corpo, da mente e no equilíbrio energético dos ambientes. Massagens, escalda-pés, banhos, compressas e inalação são as formas mais comuns de uso. O que pouca gente sabe é que os óleos essenciais, extraídos de plantas, frutas e cascas, podem ser ingeridos na água saborizada – tão em voga atualmente – ou diretamente na língua.
Os benefícios vão desde a diminuição do estresse, da ansiedade e da insônia à cura de inflamações, cicatrização rápida e alívio de dores. Alguns óleos, no entanto, requerem cuidado ao serem consumidos. Caso dos de arruda, tuia (árvore semelhante ao cedro) e absinto, todos tóxicos para o fígado.
“A canela e o orégano também são cáusticos, ardidos, portanto, se ingeridos indevidamente, podem causar queimaduras no esôfago e até na boca”, alerta o aromatólogo Fabian Laszlo, de uma das marcas mais conhecidas no mercado. Ele explica que os óleos concentram uma quantidade infinitamente superior de princípios ativos presentes nas folhas usadas em chás, por exemplo. Daí a importância de serem diluídos em água e, principalmente, administrados sob orientação de um profissional que domine a técnica.
Em alguns casos, dependendo da essência, uma gota de óleo essencial equivale a um copo cheio de folhas da mesma planta.
Alquimia
Terapeuta natural, reikiana e aromaterapeuta, Luciene Leão é adepta de uma linha de estudos que recomenda a ingestão dos óleos. Ela diz que as substâncias são a quintessência, onde se concentram as propriedades terapêuticas da planta. “Costumo dizer que a alquimia dos óleos depende de conhecimento científico, popular e de uma certa dose de intuição”, detalha.
Hortelã, eucalipto, melaleuca, alecrim e lavanda estão entre os preferidos da terapeuta, que sugere ter em casa uma espécie de “farmacinha natural”.
“São óleos realmente muito bons que, muitas vezes, salvam nosso dia. O alecrim, por exemplo, é conhecido como o óleo da alegria, pois é um estimulante cefálico. Já a lavanda é calmante e traz tranquilidade”, detalha.
Desodorante caseiro
Até cosméticos caseiros podem ser fabricados a partir dos óleos, desde que sejam 100% naturais. Luciene Leão ensina uma receita fácil, com poucos ingredientes. Para o desodorante, você vai precisar de um frasco spray ou roll-on, 50 ml de leite de magnésio e 15 gotas de óleo de melaleuca, antisséptico e bactericida. Chacoalhe tudo até obter uma mistura homogênea e sempre que for utilizar. A proteção dura por até oito horas.
Ao contrário dos óleos essenciais, extraídos de plantas, flores, frutos ou cascas, as essências sintéticas, são fabricadas em laboratório. Por não terem princípios ativos, não oferecem benefício terapêutico, apenas perfumam
Conheça as propriedades de alguns óleos essenciais:
Lavanda: excelente contra insônia, combate ansiedade, depressão e estresse. Alivia dores musculares e hematomas. É antisséptico e ótimo antídoto contra picadas de insetos. Pode ser usado diretamente no travesseiro (para insônia), em escalda-pés, compressas e infusões.
Melaleuca: combate problemas de pele, sobretudo ligados a fungos. É eficaz no tratamento de micoses, aftas e outras inflamações, como acne. Fortalece o sistema imunológico e combate o mau hálito.
Alecrim: bom para quem tem pressão baixa, tonteiras e fraqueza, pois estimula a circulação. Em massagens capilares, previne queda de cabelo e combate a caspa. Também é ótimo antídoto contra o estresse. Melhora a memória e a concentração.
Eucalipto: previne doenças respiratórias e fortalece o sistema imunológico. É um poderoso desinfetante de ambientes, purificador de ar e repelente de insetos.
Hortelã-pimenta: pode ser usado como digestivo e no tratamento de resfriados e gripes. Para tratar dores de cabeça, deve ser usado em massagens nas têmporas.
fonte: Hoje em Dia