A Associação Sócio Cultural dos Deficientes de Trás-os-Montes | Portugal, oferece há dois anos esta terapia natural baseada na transmissão de energias através do toque e os beneficiários testemunham melhorias no bem-estar, qualidade de vida e na integração.
A instituição, com 56 usuários dos 18 aos 101 anos, abriu as portas à comunidade num dia dedicado ao Reiki com sessões da terapia que surgiu no âmbito de um projeto de melhoria e inovação.
A autora da ideia foi Maria Miranda, gestora de formação na associação e mestre de Reiki em Bragança, com o propósito de “melhorar anímica e psicologicamente o estado dos usuários”.
Apesar das dificuldades de alguns de expressão e até de perceção, a terapeuta conclui que são visíveis “melhoras significativas”.
“Sentem-se mais leves, mais calmos, mais relaxados”, contou à Lusa, acrescentando que “em alguns casos de mal-estar e dores, esses sintomas desaparecem”.
Maria Miranda garante que o Reiki “não é uma simples técnica de relaxamento”, embora a parte visível seja a colocação das mãos no paciente deitado numa marquesa, numa sala aromatizada por velas e ambientada com melodias orientais.
Atualmente estão a receber a terapia sete usuários e quatro colaboradores e daqueles que passaram por estas sessões três já aplicam Reiki, o que faz com que o projeto sirva também para se “sentirem úteis”, como realçou.
Prova disso é o entusiasmo de Sérgio Rabaçal que ostenta um crachá de terapeuta de Reiki e expressa o orgulho na nova função que o ajuda a “andar mais distraído”.
“Parece que ando nas nuvens e sinto-me bem em saber que as pessoas também se sentem bem em receber a minha aplicação de Reiki”, disse à Lusa.
E “lá está o Sérgio sempre pronto e à disposição para aplicar a quem quiser”, sobretudo à companheira, Conceição Cruz, também ela usuária da instituição e adepta do Reiki.
“Vim para aqui triste em baixo, quase não dormia, andava sempre nervosa, com maus pensamentos… agora sinto-me com ânimo, com vida, mais leve”, partilhou com à Lusa, garantindo que esta terapia lhe “alivia as dores” e até deixou de ir tanto ao médico.
Testemunho idêntico tem Paula Fernandes que aproveitou o dia aberto à comunidade para beneficiar de uma sessão da terapia que descobriu há já algum tempo quando procurava soluções para problemas na coluna.
Já tinha experimentado outro tipo de terapias desde fisioterapia, acupuntura, e o reiki “foi a melhor solução”.
Deixou de tomar medicação e de ter dores, como contou à Lusa.
“Não é de imediato, é com o tempo que se nota”, ressalvou.
Luísa Sousa é colaboradora da instituição, trabalha em informática e chega ao final do dia “desgastada e com algumas dores de cabeça”.
Até que começou a fazer Reiki e sente-se ” mais relaxada, menos stressada”.
A colabora testemunha que “os usuários que recebem esta terapia manifestam-se muito mais calmo, mais tolerantes”.
Além dos benefícios físicos e emocionais apontou ainda os sociais, concretamente para os três usuários que se tornaram terapeutas.
” É uma forma de se integrarem na sociedade”, considerou.
E o Reiki foi também, no dia aberto à comunidade, uma forma de Alexandrina Versos conhecer “uma instituição importante para Bragança” ao visitar pela primeira vez a ASCUDT para participar nas sessões oferecidas.
É uma terapia que Alexandrina já pratica há “muito tempo” e parece-lhe “muito bom” aplicá-la na área da deficiência.
fonte: RTP