Juliane Roberta Filipim Requena
Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir – CETN
O cão raciocina e reage de diferentes formas diante de diferentes situações do dia a dia em contato com o homem. Obediência e respeito são obtidos através de consideração e dignidade, mas somente boas intenções não bastam, portanto aprender a falar a língua dele é importante. Muitos proprietários são inexperientes e acabam sendo donos de animais problemáticos. O que se nota não são animais com desvios comportamentais e sim uma falha de comunicação entre as duas espécies. Segundo Rossi (1999), esse comportamento é chamado de urinar por submissão, o animal por se sentir ameaçado pela presença de algum membro da família, faz de tudo para mostrar que o dono é o mais forte, e urinar é uma das maneiras que seu cão encontra para expressar o que sente. Isso geralmente ocorre com animais muito sensíveis ou que foram maltratados (apanharam ou gritaram com eles). Por falta de compreensão de espécie para espécie os donos podem estar sendo muito agressivos para o tipo de raça que possuem.
Este experimento foi realizado com a cachorra Mell, dois anos, da raça Lhasa Apso. Que após um tempo com a família desenvolveu a postura de submissão, rastejando-se até chegar ao dono e urinando.
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A primeira opção de tratamento foi realizada seguindo orientações de Rossi (1999), : ajudar o animal a superar esse trauma de urinar por submissão seria não olhar diretamente para os olhos do animal, não caminhar na direção dele olhando para ele, evitar passar a mão na parte de cima da cabeça do animal, procurando sempre fazer carinho no peito ou na parte debaixo da cabeça. Para os cães essa é uma atitude menos ameaçadora.
Na ausência de resultados positivos partiu-se para outro tratamento.
Optamos então por um segundo tratamento, este sim bem sucedido, utilizando as terapias descritas por PAGNAMENTA (Livro Cromoterapia para crianças): anti-traumática, neurastenia, quebra-gelo.
Os pontos utilizados por PAGNAMENTA são descritos em humanos, nesse trabalho adaptamos os “pontos humanos” para a anatomia canina.
O animal vinha à clínica uma vez por semana para tomar banho, onde foi observado que ao pegá-la do colo da proprietária para levar até o espaço de banho e tosa ocorria a enurese. Em uma dessas ocasiões foi proposto, à proprietária, a terapia, que foi realizada duas vezes na semana, (terças e sextas-feiras) durante 2 meses (início em 03/10/2008 e término em 05/12/2008).
Terapia anti-traumática (PAGNAMENTA, 2003), indicada para ligeiros distúrbios.
Ponto de acupuntura: rim 1 – cor vermelha
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Ponto: Yin tang – cor lilásPonto: VG 20 – cor lilás | Imagem | Imagem |
Ponto: VG 19- cor lilás | Imagem | Imagem |
Duração: 30 segundos em todos os pontos
PAGNAMENTA cita em seu livro que esse conjunto de pontos são tipos de tratamento para serem aplicados quando o distúrbio tem uma origem psíquica recente e está ligado ao medo contido.
Terapia neurastenia (PAGNAMENTA,2003), usada para amenizar traumas.
Cor: lilás
Duração: 60 segundos
Situa-se a uma largura de um dedo sobre a linha dos olhos e se estende até a metade dos olhos.
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Terapia quebra-gelo (PAGNAMENTA, 2003), “provoca relaxamento interno (em humanos se reflete nas mandíbulas) dissolve as couraças que construímos à nossa volta, que impedem de expressar a emotividade, aquilo que sentimos”.
Cor: lilás Duração: 60 segundos | Imagem | Imagem |
Neste caso da cachorrinha MELL, utilizou-se então a colorpuntura, beneficiando-se da técnica, no lugar de utilizar medicamentos alopáticos como antidepressivos e anti-espasmódicos urinário. Observou-se que o animal durante as primeiras 6 sessões continuava com enurese. A partir da 7º sessão pudemos observar uma significativa melhora no descrito problema do animal, objeto de nossa experiência. Dizemos isso por dois motivos: o primeiro, por observar que o animal urinou com menor frequencia quando entregue ao banho e tosa; o segundo, pelo relato de sua proprietária que diz que a MELL também deixou de urinar em casa, nas ocasiões em que antigamente urinaria.
Apesar da eficácia demonstrada, e a crescente compreensão de sua linguagem, a carência nas bases científicas das terapias complementares e da acupuntura tem restringido seu uso por profissionais da área. As pesquisas da chamada medicina complementar reveste-se de grande interesse, na medida em que poderá traduzir estes conhecimentos milenares, contribuindo para sua aceitação e incorporação. De qualquer forma, o bem-estar animal será beneficiado.
Outra hipótese para a não aceitação, por parte dos médicos veterinários, das “novas” terapias pode ser herança de um preconceito típico das ciências duras, que tendem a desacreditar qualquer tipo de tratamento que não seja fruto da racionalidade moderna ocidental.