Disidrose na Medicina Ocidental

Daniela Regina Silveira Depman
Sheila Freitas De Oliveira

Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

Disidrose ou ponfolix é o nome que se dá a uma dermatite caracterizada por vesículas profundas e pruriginosas nas palmas, porções laterais dos dedos e plantas.(MENEZES, 1991). A disidrose é caracterizada pelo aparecimento de erupções cutâneas de caráter reincidente. São formadas vesículas, isoladas ou confluentes (aglomeradas), com conteúdo viscoso. As lesões acometem, exclusivamente, as mãos e os pés. Quando o líquido sofre ressecamento, formam-se crostas e, quando as lesões involuem, formam-se escamas. Portanto, conforme a fase evolutiva da disidrose, será observada a presença de vesículas, crostas ou escamas.

O desconforto gerado pelas lesões é extremamente variado, embora a coceira (prurido) seja uma queixa frequente. A disidrose pode ser completamente assintomática, coçar pouco, coçar intensamente, apresentar ardor quando há fissuras na pele, e assim por diante. Infecções fúngicas, como algumas micoses cutâneas podem se manifestar com lesões disidrosiformes.

Vários fatores podem resultar no aparecimento das lesões da disidrose: infecções fúngicas, como algumas micoses cutâneas podem se manifestar com lesões disidrosiformes. Nesse caso, o fungo está presente dentro das vesículas. A disidrose pode apresentar-se também desabitada (isto é, sem fungos), mas que está à certa distância de um foco primário (outro tipo de lesão) habitado por fungos.

A disidrose predomina na faixa dos 20 aos 40 anos de idade, sendo encontrada em 4,8% dos pacientes com menos de 10 anos de idade. Atinge igualmente ambos os sexos e manifesta-se predominantemente em indivíduos brancos (acima de 80%) (MINELLI,2008). Embora a causa da disidrose e de erupções disidrosiformes não esteja ainda totalmente estabelecida, múltiplos fatores etiopatogênicos têm sido relacionados a essas condições.

Ela pode ser classificada em disidrose idiopática ou verdadeira, quando não se determinam os agentes etiopatogênicos; e erupções disidrosiformes, quando há relação causal determinada, como, por exemplo, na dermatite atópica, dermatite de contato, farmacodermia e dermatofítides. (SBD.MCM: Anais Brasileiro de Dermatologia).

A Medicina Tradicional Chinesa desempenha importante papel em tratamentos dermatológicos e emocionais. As vesículas são sinal clássico de Umidade, as grandes normalmente indicam Umidade-Calor e as pequenas, Umidade com uma base de deficiência do Baço (MACIOCIA,2006). Fatores emocionais ou internos são os mais importantes agentes nocivos sobre Zang-Fu, ferem o órgão afetando essencialmente sua atividade funcional e acarreta um desregramento da subida e descida do QI, criando desordem entre o QI e o sangue.

Anamnese: Mulher de 32 anos; aparência pálida, pele com pouco brilho; Tristeza; Calor, com transpiração nos pés durante o dia; pouca sudorese, não faz ingestão de água; dores nas articulações; Visão: já realizou cirurgia corretiva ocular; intestino funciona regularmente, fezes não ressecadas; urina Clara, sem dor ao urinar; Não dorme bem, acorda facilmente.

Língua: Com marcas de dentes, avermelhadas, sem saburra.
Pulso: Fraco e Fino
Diagnóstico Segundo a Medicina Ocidental:
Disidrose, caracterizada pelo aparecimento de erupções cutâneas. Formam vesículas, isoladas ou aglomeradas, com conteúdo viscoso; ardor quando há fissuras na pele.

Diagnóstico Segundo a MTC:
Externo – Calor – Plenitude – Yang

• Deficiência de Jin Ye (líquidos corpóreos);
• Deficiência de Qi do Pulmão;
• Deficiência de Yin do Rim com calor vazio.

Proposta de Tratamento:

• Tonificar o Rim (Nutrir o Yin)
• Tonificar o Pulmão
• Mover o QI.

Tratamento: para acupuntura sistêmica foram utilizadas agulhas descartáveis 0,25x30mm, com aplicações bilaterais e a paciente estava deitada na maca com decúbito dorsal. As sessões eram de 20 minutos e realizadas semanalmente, durante 10 semanas.
Pontos Utilizados: P7, P9, CS6 e R6.
Resultados: A paciente na primeira sessão obteve uma significativa melhora nos movimentos da mão e o desaparecimento discreto de algumas vesículas; Nas sessões seguintes o quadro foi se estabilizando e na quarta sessão as vesículas já se apresentavam em menor numero. Até o final do tratamento elas desapareceram e a paciente relatou também estar se sentindo mais calma e tranquila.
CONCLUSÃO: Concluímos que esse estudo de caso apresentou eficácia, com diminuição das vesículas e o alívio da rigidez e coceira local. Notamos que os resultados já foram obtidos a partir da primeira sessão e melhorando ainda mais com o passar das aplicações, mostrando assim a acupuntura como uma opção para o tratamento de disidrose, e também os benefícios emocionais que também eram apresentados pela paciente.