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Relato de caso de púrpura trombocitopênica imunológica com tratamento de auriculopuntura e acupuntura sistêmica.

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HANNA LAHOUD

Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma doença sangüínea adquirida caracterizada pela trombocitopenia (diminuição do número das plaquetas no sangue). Como a maioria dos casos parece estar relacionada ao aparecimento de anticorpos contra as plaquetas, ela também é conhecida como púrpura trombocitopênica imunológica. Embora muitos casos sejam assintomáticos, a baixa contagem de plaquetas pode causar o surgimento de púrpura, que é uma manifestação que envolve o aparecimento de petéquias, equimoses e outras manifestações hemorrágicas. O quadro clínico, em geral, é de instalação abrupta, podendo ocorrer:

Quando é possível identificar a causa da manifestação, o tratamento é feito com a eliminação do fator (por exemplo, do contato com a substância que o induziu). O tratamento inicial da PTI é feito à base de corticóides (corticosteróides, antinflamatórios hormonais) sistêmicos, geralmente com prednina, para controle da reação auto-imune. Quando não surte o efeito desejado, uma das alternativas é a realização de imunoglubulina ,caso não haja resultado a última alternativa é a remoção cirúrgica do baço. Medicações que atuam na produção de plaquetas, como o eltrombopag, também podem ser utilizadas.

ESTUDO DE CASO

A paciente, M.L., 30 anos, apresenta diagnóstico clínico de Púrpura Trombocitopênica Imunológica.

Os primeiros sinais da doença PTI apareceram em 2001, a paciente então com21 anos, procurou tratamento médico-ginecológico com queixa de dores menstruais excessivas, onde lhe foi prescrito uso do do medicamento SELENE, associação do hormônio estrogênicoetinilestradiol e do progestogênico acetato de ciproterona.

Em 2002,no pedido de exames de ultrassom pélvico foi diagnosticado a existência de cistos ovarianos e no de exames sanguíneos foi constatado a deficiência de plaquetas e foi pedido um exame de Mielograma.

A paciente tem atualmente, 20.000 / mm3, quando o mínimo é preconizado em 150.000/mm3.

Em momentos mais críticos a paciente já apresentou apenas 5.000/mm3.

O tratamento inicial desta fase foi a base de Corticoides (PREDINISONA) 50ml / dia.

A paciente conta que ao perceber que o medicamento deixou-a com “cara de lua”, devido a retenção de líquidos, diminuiu gradativamente a quantidade/dia do remédio.

Em outras consultas com hematologistas e nos Hospital da USP de Ribeirão Preto e Hospital Brigadeiro em São Paulo, chegou-se a conclusão que o melhor tratamento seria uma esplenectomia, ou seja, a retirada do Baço.

O desejo da família prevaleceu que não seria retirado o órgão.

A paciente já tentou o uso de Sandoglobulina e até o uso de MABTHERA (RITUXIMAB ) onde o aumento de plaquetas elevou-se de 20.000 para o máximo de 70.000, com no máximo 15 dias de manutenção desta quantidade mais alta.

Os medicamentos que usa atualmente é a AZATHIOPRINA ou IMURAN (Imunossupressor) e o GESTINOL (anticoncepcional).

Segundo a paciente, o aparecimento de petequias sempre foi muito constante, não podendo haver qualquer batida ou toque mais forte que logo em seguida aparecem as manchas arroxeadas.

A paciente relata que os momentos críticos acontecem sempre quando está em seu estado imunológico e humoral baixos e as preocupações muito constantes.

INTERROGATÓRIO CLÍNICO

Queixa Principal: Púrpura Trombocitopênica Imunológica; manchas arroxeadas nos braços e nas pernas.

Queixa Secundária : Fluxo Sanguíneo intenso , dor de cabeça

Cirurgias : Não

Antecedentes de doenças : Catapora, Rubéola, Sarampo e Ovário policísticos

Medicação :Azathioprina e Gestinol

Sensação de calor e/ ou frio : prefere o calor

Transpiração : pouco nas axilas

Dor ( local, sensação, fatores de melhora / piora, horário ) : Não

Cabeça : dor de cabeça quando não come direito.

Tórax e Abdome : dor de estômago quando se alimenta mal

Fezes e Urina : fezes duras e defeca dia sim, dia não; urina amarela.

Sono : dorme bem, menos quando está ansiosa.

Alimentos e sabor : quentes e doce.

Sede e bebidas : pouca sede, pouca água; doces ( sucos )

Audição e Tinidos : normal, sem tinidos

Aparelho Genito-Urinário : normal

Vida emocional : ansiedade quando muito trabalho.

Inspeção : normal

Palpação : normal, sem dor

Exame áudio – olfativo : normal

Língua : Cor ( rósea ); Forma ( alongada com marcas dentais nas laterais ) ; Saburra ( branca e pouco espessa ).

Pulso : direito e esquerdo são profundos e lentos.

Diagnóstico Energético :Interior Deficiência de Qi e Xue Calor Vazio

Síndromes das Substâncias Fundamentais : Deficiência Yin, Qi, Xue e Shen

Síndromes dos ZangFu : Deficiência de yin de Rim, deficiencia de Xue do fígado e deficiencia do Qi do Baço

5 Elementos : Terra não controla Água – Água não gera Madeira

TRATAMENTO

VC4, IG4, IG11, R3, E36, BP6, F2, F3, F13, VB39, B17, P9, BP10 e Shu Dorsais:B15, B17,B18, B20, B23.
Uso de Aurículoterapia: ShenMen, Simpático, F, R, C, BP, Ansiedade, Tensão, Tronco Cerebral

SESSÕES DE TRATAMENTO.

Para este estudo de caso foram utilizadas 10 (dez) sessões, de acupuntura sistêmica e auriculoterapia, onde a harmonização foi notada com melhoras nos sinais da doença, pelo não aparecimento das petéquias as quais levaram à uma acentuada melhora humoral e psíquica da paciente.

CONCLUSÃO : Durante o estudo de caso houve melhora do quadro, uma vez que não apresentou os sinais de manchas durante o tratamento, mas também, não houve aumento das plaquetas. Segundo a paciente houve melhora no seu estado de humor e psicológico decorrente do não aparecimento de manchas. Houve a regularização do sono, não acordando durante a noite, aumento na vontade de se alimentar e não apresentou dores de cabeça.
Paciente apresentou uma melhora na cor da pele, que se apresentava antes do início das aplicações sistêmicas e auriculares uma coloração pálida. As insatisfações estomacais diminuíram, quase não notando maus estares durante a fase de aplicação e mesmo após as sessões. A grande parcela de bons proveitos das aplicações é realmente a eficácia do estado geral da paciente e, talvez, com mais estudo do caso ou de casos, possa-se chegar a um aumento plaquetário. 

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