JÚLIA FABRICIO BARROS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Libertas – Faculdades Integrada / CETN para obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Bauru – 2015.
Atualmente a Artrite Reumatóide (AR) tem estado presente na vida de pessoas de todas as faixas etárias. Esta doença é caracterizada por muitas dores nas articulações, acometendo principalmente articulações de mãos, punhos, cotovelos, quadris, joelhos e tornozelos, com presença de dor, calor, inchaço e em casos mais avançados deformidades. O diagnostico da AR ainda não é muito preciso, pois inclui exames laboratoriais, de imagem e exame clínico do paciente. O tratamento desta doença consiste em vários tipos de medicamentos, mas ainda persistem dúvidas sobre a terapia de escolha, pois, a longo prazo, podem aparecer alguns efeitos colaterais. Por isso, muitos portadores desta doença estão procurando tratamentos alternativos para diminuir efeitos provocados pela terapia alopática. A AR na visão da Medicina Tradicional Chinesa é caracterizada como Síndrome de Obstrução Dolorosa ou Síndrome Bi, significando obstrução e causando os mesmo sintomas que esta patologia. A acupuntura surge então, como tratamento alternativo para alguns pacientes de AR, por ser considerada uma técnica que tem por objetivo diagnosticar o desequilíbrio energético e promover uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Esta pesquisa mostrará um estudo de caso realizado com uma paciente de 52 anos, portadora de Artrite Reumatóide há quatro anos, que procurou a Acupuntura para aliviar as suas dores e os desconfortos ocasionados por esta doença, buscando reduzir a carga medicamentosa e melhorar sua qualidade de vida.
Esta pesquisa constitui-se em um estudo de caso de uma paciente de 52 anos com Artrite Reumatóide (AR) há quatro anos, cujo nome é M. C. R. P.. Esse estudo foi realizado entre janeiro e dezembro de 2014, totalizando 38 (trinta e oito) sessões de tratamento. O termo de consentimento livre e esclarecido para o uso das informações coletadas nesta pesquisa encontra-se no final deste trabalho (Apêndice).
Primeiramente foi realizada uma anamnese da paciente, uma análise dos exames laboratoriais apresentados e, após um exame clínico, chegou-se ao diagnóstico de Síndrome de Obstrução Dolorosa ou Síndrome Bi. Assim foi possível iniciar o tratamento para a patologia em questão.
No início, alem das dores relacionadas à AR (dores nos punhos, dedos das mãos, dedos do pé esquerdo e quadril esquerdo), a paciente se queixava também de constante enxaqueca, insônia, constipação e ansiedade, fragilizando-a ainda mais.
Nas dez primeiras sessões foram utilizados dois tipos de técnicas:
– Auriculoterapia Chinesa com sementes de mostarda e fita microporosa hipoalergênicas (assepsia efetuada com algodão embebido em álcool 70?).
– Técnica Punho/Tornozelo com agulhas para acupuntura Dong Bang tamanho 0,25mm x 30mm.
Os pontos utilizados foram:
– Auriculoterapia Chinesa: ansiedade, neurastenia, ápice da orelha, shen men, fígado, baço/pâncreas, rim, coração, vesícula biliar, pulmão, punho, falanges, articulação do quadril e Yang do fígado.
– Técnica Punho/Tornozelo: P-5 direita e esquerda / T-4 esquerda
A partir da décima primeira até a vigésima sessão foram introduzidas novas técnicas, sendo elas: Pontos Fonte e Pontos Extras, utilizando em ambas agulhas Dong Bang tamanho 0,25mm x 30mm. Os pontos utilizados nestas técnicas foram:
– Pontos Fonte: C7, R3, IG4, CS7, F3, P9.
– Pontos Extras: Yintang.
Os pontos utilizados na Auriculoterapia Chinesa foram: ansiedade, neurastenia, shen men, ápice da orelha, fígado, rim, pulmão, coração, baço/pâncreas, punho, falange.
A partir da vigésima primeira até a trigésima oitava sessão foi introduzida a técnica de Ação Energética dos Pontos, além de outros pontos, sempre utilizando agulhas Dong Bang 0,25mm x 30mm. Os pontos utilizados foram:
– Ação Energética dos Pontos: BP6, B60, E36, CS6, R6.
– Pontos Extras: Yintang e Baxie
– Outros pontos: TA5, BP15, BP16, IG11, E25, VG20.
Os pontos utilizados na Auriculoterapia Chinesa foram: ansiedade, neurastenia, shen men, ápice da orelha, fígado, rim, baço/pâncreas.
Observa-se que esses pontos não foram utilizados todos de uma só vez, mas sim aleatoriamente, durante as 38 (trinta e oito) sessões.
Na última sessão, a paciente relatou que antes de fazer acupuntura não conseguia cortar cebolas, colocar calças, abotoar sutiãs e nem descascar laranjas. Depois que começou o tratamento já realizava todos esses movimentos além da melhora significativa do intestino, das dores e da insônia. Além disso, houve diminuição dos medicamentos utilizados após 38 (trinta e oito) sessões de acupuntura, sendo eles: Puran T4 125 mcg (1 ao dia), Prednisona de 5 mg (meio comprimido ao dia), Metotrexato 2,5 mg (8 comprimidos por semana), Ácido Fólico (1 ao dia) e Isoflavona de Soja + Cimicifuga racemosa (1 ao dia).
O estudo de caso realizado com a paciente M. C. R. P. de 52 anos, portadora de Artrite Reumatóide, durante trinta e oito sessões, totalizando um ano de tratamento, mostrou, conforme descrito anteriormente, que a Acupuntura é um método alternativo eficaz no combate às dores articulares e demais sintomas desta doença tão significativa nos dias atuais.
Foi possível notar, que as técnicas utilizadas neste estudo, foram eficientes para a paciente em questão, o que contribuiu para a redução das doses medicamentosas, controle da dor, estabilização emocional e consequente melhora da qualidade de vida da mesma.
Orientado por prof. Rubens Melo, adaptado por profa Brena Montanha.