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Tratamento de lombalgia através das técnicas de Ventosaterapia e Magnetoterapia

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Baseado no TCC do aluno: Guilherme Augusto Franz

lombalgia é uma das dores mais comuns entre toda população mundial, estudos apontam que mais de 90 % da população, em um momento da vida vai referir dor na região lombar, porém é uma patologia de difícil diagnóstico para precisar exatamente qual estrutura está levando a dor, podendo ser muscular, nervosa, óssea e ligamentar.

E a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) possui inúmeros recursos que atendem com eficácia muitos pacientes, que à procuram por conta desse desconforto na região lombar. Por isso é importante compreender como é a ação impostas pelos recursos da MTC aliviam as dores lombares.

A escolha desses dois recursos Ventosaterapia e Magnetoterapia utilizados pela MTC, se deu por serem de grande eficácia em diversos tratamentos e não invasivo, pensando em possíveis pacientes que tenham medo da utilização de agulhas, como o foi no caso escolhido para esse estudo, onde a paciente apresentava aversão a agulhas.

Assim podemos verificar qual a eficácia desses recursos no alivio da dor lombar e em quanto tempo já conseguimos ter o alívio dos sintomas.

Esse estudo de caso foi realizado sempre uma vez na semana durante 8 (oito) semanas e 1 (uma) hora, utilizando sempre os mesmos recursos.

Segundo Maciocia (2014) a dor na região inferior das costas apresenta ótimos resultados quando diagnosticado e tratado com os recursos da Medicina Chinesa. No entanto é de extrema importância que todo profissional que trabalhe com MTC tenha o conhecimento anatômico e possíveis causas patológicas da região lombar para complementar ainda mais seu tratamento.

Yamamura (2001) considera a lombalgia sempre decorrente a aspectos ligados ao Shen Qi  (Rins), e quando este está em quadros de deficiência, ficam mais suscetíveis a alterações energéticas e funcionais, podendo ocorrer estagnação de QI e Xue provocando o quadro de dor.

O Rim é considerado a raiz de todos os orgãos, sendo o Yin do Rim a base para o Fígado, Coração e Pulmão e o Yang do Rim base para Baço, Pulmão e Coração, estando relacionados a praticamente todas as doenças crônicas. E apresentando muitas vezes em seu padrão condições de deficiência e outros fatores que lhe causam desequilibrios como (MACIOCIA, 2014):

A deficiência do Yang do Rim, segundo Maciocia (2014), é a principal causa da Lombalgia, Apresentando outros sintomas como joelhos frios e fracos, frio na região lombar, sensação de frio no corpo, cansaço, diminuição do libido, impotência, baixa contagem de espermas, infertilidade nas mulheres. Geralmente causada devido a retenção de frio interior.

Já a deficiência do Yin do Rim, também pode provocar dores na região Lombar mas apresentam outros sintomas, nos quais conseguimos diferenciar uma deficiência Yin ou Yang, dentre esses sintomas temos:  Sudorese noturna, tontura, vertigem, memória debilitada, boca e garganta secas, constipação.

A lombalgia também pode ter sua causa através da invasão de umidade frio, ocorrendo principalmente nos meridianos das costas, que muitas vezes ficam expostos a esses fatores climáticos. A exposição prolongada a esses fatores pode causar uma deficiência da energia dos rins de maneira até crônica (MACIOCIA 2014).

Ventosaterapia:

Campos (2015), afirma que todo o tratamento utilizando a ventosaterapia visa regularizar o sistema orgânico e psicológico, onde os estímulos externos criados pela aplicação das ventosas, geram alterações internas. Esses estímulos externos vitalizam as células provocando uma troca gasosa pela pele a fim de limpar o sangue

Esse mecanismo de sucção é o mesmo que ocorre nos alvéolos pulmonares, através da pressão negativa, conseguindo levar para o exterior os gases e o sangue mais tóxico, conseguindo provocar uma purificação no sangue corrente, um aumento do numero de leucócitos e também do cálcio contido no sangue (CUNHA, 2001).

A pressão negativa também aumenta a microcirculação nas regiões das ventosas, influenciando as áreas onde existe estagnação de sangue. O local da sucção pode apresentar manchas de diferentes tons, onde cada tom nos indica uma reação ocorrida pela pressão negativa. (CUNHA, 2001)

Magnetoterapia:

Atualmente os magnetos tem sido mais utilizados de forma terapêutica, graças aos aumento dos estudos citados anteriormente, mostrando grande eficácia em doenças crônicas e agudos (TANO, LOPES, 2013).

O pólo norte do imã, possui uma função sedativa, diminuindo a oxigenação celular, processos inflamatórios, depósitos de gordura, induzindo ao sono e controlando a dor. Já o pólo sul tem um efeito mais tonificante, acelerando a oxigenação e tonificação celular, aumentando atividade mental e a agitação.

As ondas magneticas formadas pelos imãs passam através dos tecidos, produzindo algumas correntes secundárias e algumas alterações fisiológicas, como os impactos dos elétrons sobre as células promovendo uma fonte de calor e através desse aquecimento reduzindo a dor no local da aplicação do imã. Além disso melhora a circulação sanguinea pois evita o depósito de sais e outros materais na parede dos vasos sanguíneos diminuindo a fadiga e a dor. ( SOUZA, [2017]).

Por esses benefícios é que a Magnetoterapia é um dos recursos utilizados para a  melhora do quadro de lombalgia quando não queremos usar agullhas pois consegue mover a estagnação de Qi do local, além de reequilibrar a energia da região.

Metodologia:

Foram realizados oito sessões com a paciente deitada inicialmente em decúbito Ventral e após a aplicação nas costas a paciente ficava em decúbito dorsal. Utilizamos as Ventosas da marca Dong Yang, copo número 1 (um) com 4,5 cm de diâmetro, realizado duas sucções com a bomba em cada um dos copos.

Utilizamos imãs de ferrite de 10 mm, de fabricação nacional de marca desconhecida, sendo presos com micropore da marca 3M.

Foram realizadas oito sessões onde deixamos as ventosas por 10 minutos em pontos escolhidos no meridiano da bexiga e rim ( B20, B21, B22, B23, B24, B25 e R6) após isso utilizamos o meridiano do Vaso Governador ( VG3, VG4, VG5, VG6, VG7 e VG14). Ao final colocamos os magnetos nos pontos (B20, B21, B22, B23 E B2, VG3 e VG4) e pedimos para paciente ficar em decúbito dorsal onde colocamos as ventosas bilateralmente nos pontos BP14, BP15 e BP16 também por 10 minutos finalizando a sessão.

Resultados:

Na primeira sessão, antes do tratamento a paciente pela escala visual analógica referiu estar sentindo dor equivalente a oito. Sentiu dor a palpação no meridiano da Bexiga de B22 até B27 , apresentando um pouco mais de dor do lado esquerdo. Também referiu dor nos pontos de alarme (Mo) do Triplo aquecedor, Rim, Intestino grosso e Intestino delgado.

Após as aplicações das ventosas e colocação dos magnetos, a paciente relatou estar sentindo um pequeno alívio na região e uma “sensação” de coçeira  nos pontos do meridiano da bexiga onde foram colocadas as ventosas.

Foi orientada a paciente que tente sentar um pouco no período entre uma aula e outro para aliviar um pouco a tensão na musculatura paravertebral devido a carga horário excessiva em pé.

Fazendo um acompanhamento entre e primeira, quarta e oitava sessão foi observado que: na quarta sessão, uma semana após, a paciente relatou uma pequena piora, disse que foi uma semana onde teve uma carga de aulas muito elevada, tendo que ficar mais tempo em pé, não conseguindo descansar a musculatura entre uma aula e outa. Além disso acabou ficando muita exposta ao vento. Foi mantido os pontos de aplicação das ventosas e acrescentei os pontos B51, B52, B53 e B54 bilateralmente. Os magnetos continuaram nos mesmos pontos.

A quinta sessão realizada quatro dias após, a paciente chegou relatando uma melhora grande. Antes do início da sessão, durante a palpação dos pontos de alarme (Mo) pode-se perceber uma diminuição da tensão e dor da paciente em relação as quatro sessões anteriores, principalmente nos pontos de alarme do Rim, Intestino Delgado e Intestino grosso.

Na oitava sessão, quinze dias após, paciente se encontava bem, sem dores ou limitações. Não apresentou dor a palpação e em nenhum outro exame clínico. Por isso foi realizado uma ultima sessão onde foram colocados somentes as ventosas nos mesmos pontos, sem a colocação posterior dos magnetos e dado alta a paciente devido a boa evolução que ela teve no quadro da lombalgia, sua queixa principal.

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Nível de dor

Conclusão

A Medicina Tradicional Chinesa possui inúmeros recursos para o tratamento do lombalgia,  busquei através desse estudo tentar observar a efetividade da melhora do quadro de dor utilizando dois desses recursos menos invasivos para uma patologia de grande incidência na população mundial.           

Após as oito sessões realizadas a paciente relatou uma melhora de 80 % nas dores na região lombar seguindo a escala visual analógica, além de um aumento de tempo entre o aparecimento dessas dores.

Com o resultado obtido nesse estudo de caso, podemos considerar que essas duas técnicas possuem um resultado satisfatório para as dores lombares, visto que em poucas sessões a paciente teve uma melhora considerável no seu quadro de dor.

Profa Ma. Luciana Mendes Vinagre

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