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Uso do aparelho neuro estimulador magnético Haihua CD9 no tratamento de sintomas da D.T.M.

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Marcelo Rossiti Florian
Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

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Esta pesquisa teve como finalidade a aplicação do aparelho neuro estimulador magnético da marca Haihua no tratamento dos sintomas de dor e limitação de abertura bucal relacionados à Disfunção Temporomandibular (D.T.M.). A análise e a discussão foram baseadas nas avaliações dos índices de intensidade de dor e amplitude de abertura bucal antes e depois de cada sessão.

A Disfunção Temporomandibular (D.T.M.) é uma disfunção que engloba problemas clínicos musculares e articulares na área orofacial. É caracterizada por dor, ruídos articulares e funções irregulares ou limitadas no movimento mandibular. A D.T.M. é considerada um subgrupo de desordens músculo-esqueletais e reumatológicas, e representa a principal causa de dor de origem não dentária da região orofacial. (OLIVEIRA, 2002). Hábitos parafuncionais musculares, traumas, discrepâncias esqueléticas faciais e cervicais, problemas articulares e outros fatores de ordem sistêmica podem acarretar em diminuição da abertura bucal, estalidos, subluxação e luxação ou travamento da articulação têmporomandibular (A.T.M.), problemas dentários e periodontais, e principalmente dor nas estruturas acometidas, gerando grandes prejuízos na rotina diária e na qualidade de vida do paciente.

O aparelho neuro estimulador magnético da marca Haihua foi escolhido para esta pesquisa por usar duas formas combinadas de tratamento, a Magnetoterapia e a Eletroestimulação Transcutânea. Este aparelho quando usado dentro dos preceitos da Acupuntura e da M.T.C., já havia demonstrado ser efetivo na remissão de sintomas de outras disfunções musculares e esqueléticas. Ainda assim não havia sido identificada nenhuma pesquisa com o uso do aparelho em D.T.M., o que nos motivou a colocar em prática esse estudo.

A pesquisa abrangeu 18 homens e mulheres de idades variadas, que foram encaminhados pelo setor de Cirurgia do Centro de Especialidades Odontológicas de Piracicaba (C.E.O. – I), com sintomas de D.T.M., e que foram avaliados e tratados com o aparelho citado por este pesquisador. Nove destes pacientes foram atendidos por três sessões com o intervalo mínimo de uma semana. Mais quatro pacientes foram atendidos por duas sessões com intervalo mínimo de uma semana, e mais cinco pacientes foram atendidos em uma única sessão. O total de pacientes atendidos foi de dezoito, e o numero total de consultas de tratamento foi de quarenta consultas. Foi utilizada na avaliação inicial e final dos sintomas, a escala verbal analógica (E.V.A.) para o sintoma dor, e uma régua milimetrada para a anotação da abertura bucal máxima em esforço.

Após colher os dados, eram selecionados os pontos que seriam utilizados para aplicação dos eletrodos, usando-se como base os pontos de maior dor (A-Shi), os pontos de acupuntura locais e os trajetos dos meridianos envolvidos, selecionando também os pontos adjacentes e distantes de acordo com a técnica local-distante. Geralmente os pontos de maior dor coincidiam com pontos de acupuntura locais. Fazia-se a aplicação dos eletrodos em cada par de pontos por aproximadamente um minuto, e a intensidade da corrente aplicada era regulada através de orientação ao paciente para que este informasse qual a intensidade suportável, que não fosse nem muito baixa, nem muito alta, onde a sensação de choque seria incomôda demais. Eram usados em média de quatro a oito pares de pontos, iniciando-se nos pontos mais sensíveis. Quando se usava o mesmo ponto bilateralmente, o eletrodo com o imã de polo Norte era colocado no lado mais dolorido, e o eletrodo com o imã de pólo Sul no lado oposto. Quando era usado o trajeto do meridiano, com ponto local e distante, o eletrodo com o imã de polo Norte era usado no ponto local, e o eletrodo com o imã de polo Sul no ponto distante, geralmente nas extremidades dos membros superiores e inferiores.
Imediatamente após a aplicação de toda a seqüência de pontos, era perguntado ao paciente como estava se sentindo, e se havia diminuído a dor e a tensão muscular. Era pedido ao paciente então que nos informasse, comparando com a EVA inicial, o quanto havia reduzido a dor, e que valor ele atribuía à dor neste momento. Anotávamos na sua ficha no campo E.V.A. final.

Em seguida, com a mesma régua milimetrada usada anteriormente, era novamente medida e feita a anotação da abertura bucal inter-incisivos para se comparar com a feita antes da aplicação. Anotávamos na ficha no campo Abertura final.

No planejamento original da pesquisa, todos os pacientes deveriam retornar semanalmente para a continuidade do tratamento, até se completarem três sessões. Alguns, entretanto não retornaram mais, outros só retornaram mais uma vez, e aí resolvemos desmembrar a tabulação dos dados em pacientes que se submeteram a uma, a duas ou a três sessões de tratamento.

Depois de realizado o total das consultas de aplicação e a coleta dos dados, estas foram lançadas em planilha do aplicativo Microsoft Excel para sua elaboração.

A planilha da pesquisa, adaptada para o formato Microsoft Word é a que se segue abaixo:

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Somando-se os índices E.V.A. antes e depois das consultas (dividindo as em 1ª. consulta, 2ª. consulta e 3ª. consulta), e fazendo-se as sua médias aritméticas, chegamos aos seguintes resultados:

1ª. consulta: EVA inicial médio – 5,41
EVA final médio – 2,11
Diminuição da dor em 61% em média.
2ª. consulta: EVA inicial médio – 3,92
EVA final médio – 1,15
Diminuição da dor em 71% em média
3ª. consulta: EVA inicial médio – 1,67
EVA final médio – 0,33
Diminuição da dor em 80% em média

Dos pacientes que se submeteram a uma sessão de tratamento apenas, fazendo-se a média entre o E.V.A. inicial e final da consulta, a diminuição do índice de dor foi em média de 84% entre o início e o final do tratamento.

Dos pacientes que se submeteram a duas sessões de tratamento, fazendo-se as médias entre o E.V.A. inicial da 1ª consulta e o E.V.A. final da 2ª e última consulta, a melhora foi em média de 95,8 % entre o início e o final do tratamento.

Dos pacientes que se submeteram a três sessões de tratamento, fazendo-se as médias entre o E.V.A. inicial da 1ª consulta e o E.V.A. final da 3ª e última consulta, a melhora foi em média de 94,2% entre o início e o final do tratamento.

No quesito Abertura bucal inicial e final, do total de 40 consultas, chegamos aos seguintes números:

Em 14 consultas,não houve alteração alguma entre a Abertura bucal inicial e final. Em porcentagem, isso perfaz 35% do total.

Em 17 consultas houve aumento na Abertura bucal entre 1 e 2 mm. Em porcentagem, 42,5% do total.

Em 9 consultas houve aumento igual ou superior a 3 mm. Em porcentagem, 22,5% do total.

Portanto, houve algum aumento de abertura bucal entre o inicio e o final de cada consulta, em 65% do total de consultas.

Através da análise dos resultados no quesito E.V.A. inicial e final dentro de cada consulta, verificou-se que houve na média melhora significativa no índice da dor relatada pelos pacientes antes e depois da aplicação.

Nos pacientes que se submeteram a duas consultas ou mais, notou-se que o índice E.V.A. inicial na 2ª consulta foi na média, menor que o da 1ª. consulta, e dentro dessa 2ª consulta, também houve melhora significativa no índice da dor.

Dos pacientes que se submeteram a 3ª consulta, a maioria já iniciou essa consulta com E.V.A. zero ou próximo a zero. E no final da consulta, todos estavam com E.V.A. final zero, exceto um paciente, que ainda assim reduziu significativamente a intensidade da dor.

Comparando-se percentualmente os dados estatísticos, tivemos também uma melhora notável em todas as comparações feitas.

Com relação a Amplitude de abertura bucal, também tivemos bons resultados.

É interessante também ressaltar, mesmo que nisso haja certa subjetividade, que, tomando os depoimentos dos pacientes ao final das sessões, e principalmente ao final do tratamento proposto, grande parte deles nos informou que sentiu sua musculatura facial mais relaxada, e de uma forma geral, se sentiu mais relaxado e tranqüilo como um todo. Isso demonstra a íntima relação entre os sintomas de dor e limitação de abertura bucal relacionados às D.T.M. com a tensão muscular e psicológica a que estes pacientes estão submetidos.

De uma forma geral, o tratamento proposto teve bons resultados para os sintomas pesquisados, porém cremos que se numa seqüência de tratamento, ou mesmo concomitantemente com esse tratamento sintomático, pudéssemos fazer uma abordagem e um tratamento mais completos visando o controle da etiologia estresse físico e emocional, conseguiríamos um resultado mais duradouro e definitivo melhorando ainda mais a qualidade de vida dos pacientes.

CONCLUSÃO: Sendo a D.T.M. um problema da área odontológica tão comum e crescente nos dias atuais, principalmente levando-se em consideração o aumento dos índices de pacientes acometidos pelo estresse emocional e físico do mundo moderno, achamos conveniente que se estude mais a fundo suas causas etiológicas, sua sintomatologia e novas soluções terapêuticas. Por ser tão complexa e multidisciplinar, não há uma diretriz sacramentada de tratamento, e muito se abusa de recursos invasivos de grande complexidade, custo e risco, e de recursos farmacológicos, com todos seus inconvenientes e efeitos colaterais, sem, entretanto conseguirem uma solução definitiva do problema.

Nosso estudo se propôs a tratar alguns sintomas da D.T.M., mas não devemos nos esquecer de procurar e tratar também suas etiologias, fazendo uma abordagem mais completa e holística, que leve em conta aspectos psicossociais de cada indívíduo portador da disfunção. Somente assim poderemos atingir e manter o equilíbrio orgânico e principalmente do sistema estomatognático dos pacientes, a fim de se reduzir a ocorrência dos sintomas e quebrar assim o circulo vicioso em que geralmente ele se encontra.

O presente estudo demonstrou através de pesquisa que o uso do aparelho neuro estimulador magnético da marca Haihua CD-9 foi eficiente no tratamento dos sintomas de dor e limitação de abertura bucal de pacientes diagnosticados com Disfunção Temporomandibular.

Os resultados obtidos neste trabalho revelaram que os pacientes de disfunção temporomandibular, na busca de melhor qualidade de vida, podem ter à sua disposição mais uma ferramenta terapêutica não invasiva e não farmacológica, e isenta de efeitos colaterais e de complicações, para atenuar as dores e o desconforto muscular e articular decorrentes da sua disfunção.

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