Por Fernanda Morelli
As mesmas agulhas usadas para relaxar e tratar pontos inflamados do corpo agora são usadas também para prevenir o envelhecimento precoce da pele do rosto. A chamada acupuntura estética, variação da já consagrada técnica baseada na medicina chinesa, surge como uma opção para os tratamentos convencionais em um momento bastante propício: de acordo com o último levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de 2016, houve, em apenas dois anos, um aumento de 390% na busca por procedimentos não cirúrgicos.
Os resultados são promissores. Apresenta melhora da oxigenação e da circulação local, do metabolismo e da sustentação dos tecidos da face. Em até dez sessões, é possível sentir a pele mais firme, com menos linhas e ainda ter bolsas e olheiras atenuadas. “Trabalhamos com pontos específicos que influenciam diretamente no campo energético”, diz a acupunturista Esther Halfon, da clínica Hair Spa C.Kamura, em São Paulo. “O desequilíbrio dessa energia pode fazer com que rugas e linhas de expressão surjam antes da hora”, completa.
Além disso, as agulhas atuam provocando um processo de regeneração. “As aplicações são como uma pequena agressão, que obriga o corpo a reagir rapidamente na tentativa de otimizar a cicatrização local. Com isso, a produção de colágeno e a oxigenação aumentam significativamente”, explica. O resultado, na prática, é o preenchimento das marcas geradas pela repetição das expressões faciais.
Cada sessão, que deve ser feita semanalmente, dura de 25 a 40 minutos e custa 300 reais, em média. Podem ser necessárias até dez delas. Depois os especialistas indicam fazer a manutenção uma vez por mês. “O mais impressionante é observar como as emoções estampam nossa pele. A saúde do corpo e da mente, também estimuladas no tratamento, acabam refletindo diretamente no resultado estético”, avisa Gabriela Laubé, fisioterapeuta especializada em acupuntura, de São Paulo.
Pés no chão
A ausência de efeitos colaterais e de substâncias químicas é a principal vantagem e o que chama a atenção de quem busca a acupuntura facial. Mas isso não a torna isenta de riscos. “Não questiono os resultados da técnica, principalmente para alívio da dor, mas, apesar do tratamento estar em pauta em congressos e diversos estudos, ainda carece de comprovação científica para fins estéticos”, pondera o dermatologista Abdo Salomão, de Minas Gerais. Gabriela Laubé faz outro alerta: “A técnica milenar não tem contraindicações, mas, como as agulhas podem ser um veículo de transmissão de doenças, é imprescindível que sejam descartáveis e jamais reaproveitadas”.
A opinião de quem fez
“Sempre tive muito medo de agulhas e, por isso, nunca havia feito acupuntura. Aos 33 anos, tenho poucos sinais de envelhecimento, mas são aparentes as linhas finas e marcas de expressão ao redor dos lábios. O que mais me atraiu na técnica foi a possibilidade de conseguir os benefícios de rejuvenescimento sem precisar de ativos químicos associados. Também gostei do fato de ter baixo risco de complicações ou reações alérgicas, principalmente porque minha pele é sensível.
Tomei coragem e fui experimentar. No início da sessão, conversamos sobre questões pessoais, angústias e respondi uma série de perguntas sobre meu estado de saúde. Nesse momento, a profissional aproveitou para observar minhas expressões e os pontos a ser trabalhados. Eu estava bastante tranquila – a sala aromatizada e com música relaxante ajudou – quando começamos as aplicações. Senti um leve incômodo na primeira picada, mas não dor. Nas agulhadas seguintes, só me veio a sensação de relaxamento e de bem-estar.
A sessão durou 40 minutos. Saí de lá com alguma vermelhidão no rosto, provavelmente por causa da sensibilidade da minha pele. Mas, em poucas horas, sumiu completamente, deixando os resultados perceptíveis. No dia seguinte, a aparência era ainda melhor. O local em que senti mais diferença foi o chamado bigode chinês, as marcas que vão das narinas ao canto dos lábios. Eu costumava vê-las com nitidez, porém, mesmo três semanas após a sessão, não retornaram. Também não sofri nenhum efeito colateral. Fiquei muito feliz com o resultado e faria novamente.”
*Juliana Bueno, designer de CLAUDIA, testou a novidade no Hair Spa C.Kamura, em São Paulo
fonte: Revista Cláudia