A especialista em saúde da mulher, Fernanda Padovani, está mudando a vida de mulheres que não conseguem engravidar, pacientes com doenças autoimunes e autismo. Com a própria experiência e ensinamentos da medicina chinesa, técnicas naturais, biofísica quântica e nutrição, ela faz o trabalho de limpeza e desinflamação do organismo para a gestação e cura de doenças.
Receber o diagnóstico de infertilidade, em 2017, foi um duro golpe para Fernanda. À época, ela tinha 34 anos. Até então, ela focava na carreira profissional e não planejava ter filhos logo. Os médicos descobriram uma falência ovariana, resultante em menopausa precoce, o que significava que ela não conseguiria engravidar naturalmente. Havia, no entanto, uma pequena chance com a reprodução assistida. “Naquela época eu tinha sete folículos – e o comum para a minha faixa etária era ter de nove a doze – e um mioma”, lembra.
O diagnóstico, no entanto, não a impediu de tentar a gravidez. “Eu fui atrás de buscar a minha cura em processos integrativos”, lembra a terapeuta, que passou a trabalhar as próprias emoções, diminuindo o ritmo de trabalho e adotando os hábitos alimentares pregados pela medicina chinesa. Foi assim até engravidar do pequeno Marcello, hoje com 1 ano e 6 meses, fruto do casamento com Cello Menezes.
“Foi o momento da minha vida em que eu me revoltei e falei: ‘Não dou conta mais disso. Preciso parar!’ E, então, engravidei espontaneamente, com um folículo. Nem eu acreditava”, conta, emocionada, em entrevista exclusiva para a coluna Claudia Meireles.
“Eu aprendi na medicina chinesa que diagnóstico não é sentença e isso reverberou dentro de mim de uma tal forma. No meu processo, eu precisava me perdoar, ser menos exigente comigo. Eu tive os insights de que a cura não viria de fora para dentro. Não era um pozinho mágico que eu ia tomar, ou o tratamento mágico. Eu questionei ‘o que a Fernanda precisava olhar para dentro para se curar? O que eu precisava resgatar na minha vida com a minha mãe, a minha irmã, o meu feminino? Olhei para dentro e tentei resolver alguns traumas do passado”, diz.
Olhar o corpo como um todo
Nutricionista por formação há 16 anos, Fernanda observou que alguns pacientes não conseguiam atingir os resultados esperados apenas com a alimentação, especialmente os que enfrentam doenças autoimunes e hipotireoidismo, por exemplo, e isso a frustrava. Foi a partir desse momento que ela passou a procurar práticas integrativas e complementares.
Fernanda se especializou em nutrição clínica e esportiva, fitoterapia, nutriendocrinologia, biofísica quântica e medicina tradicional chinesa. Conhecimentos que foram agregados à prática clínica.
Na visão dela, é importante fazer um Raio X do que consumimos para minimizar a carga tóxica que vai para o organismo, que vai desde a escolha dos alimentos que ingerimos às panelas onde as refeições são preparadas. Até mesmo as escolhas cosméticas influenciam. “Eu via que meus pacientes comiam certo, mas usavam desodorante com alumínio, creme dental com flúor, faziam progressiva com amônia e pintavam o cabelo com coloração com amônia”, lembra. Esse trabalho deve ser seguido por um processo de desintoxicação natural para limpar o organismo de todo o “lixo que vai chegando”.
Sua linha de trabalho consiste em rastrear onde deu “curto-circuito” e olhar o corpo como um todo, não em sistemas isolados, dando estímulos diferentes para que ele responda de uma maneira nova. “Tudo está interligado e se conecta de alguma forma”, diz.
Fertilidade
Grande parte das mulheres que procura por Fernanda tem entre 28 e 35 anos. “A infertilidade está começando cada vez mais cedo porque essas gerações mais novas são mais expostas a gatilhos responsáveis pela infertilidade”, esclarece.
A especialista destaca que a maioria dos casos de infertilidade feminina está relacionada com três problemas de saúde: baixa reserva ovariana (de folículos), endometriose e trombofilia – alterações de coagulação sanguínea que podem provocar dificuldade para engravidar e atrapalhar na implantação do endométrio, gerando o aborto espontâneo.
“A endometriose é uma doença inflamatória de cunho autoimune e não determinante para uma infertilidade. Mas se a mulher está inflamada, a qualidade das trompas, do útero e dos ovários, que estão todos conectados, vai ficar pior porque o sangue que está circulando ali está mais tóxico e inflamado”, explica. A especialista conta que, em alguns casos, a paciente pode sofrer a perda gestacional no início e sequer saber, acreditando que está passando por um ciclo menstrual mais desconfortável, com o fluxo mais forte e cólicas mais intensas, quando na verdade está sofrendo um aborto espontâneo.
“A mulher acha que a infertilidade aparece apenas quando vem o diagnóstico e vai para a reprodução assistida, mas, se ela e o parceiro não se preparam, a qualidade do óvulo e do folículo não estará boa”, pondera. A profissional explica que tão importante quanto tratar a qualidade estrutural do óvulo e do folículo (tamanho e volume), é necessário olhar para a saúde delas.
Se eu como mal, sou estressada, bebo, fumo, sou sedentário, uso drogas, esse óvulo não está nutrido e isso independe da idade
A preparação metabólica para a gestação é fundamental para quem está tentando engravidar. Neste processo, os futuros pais precisam melhorar o máximo possível da qualidade de vida em 90 dias, tempo de formação e maturação dos folículos e de um esperma.
Por três meses, eles devem dar atenção especial às emoções, desintoxicar o corpo e tratar parasitas. “Nem sempre os homem participam, mas o ideal é tratar o casal. Se os 50% dele não estiverem bons, vai dificultar muito o processo”, explica.
Ter uma alimentação saudável é muito importante neste processo. Quando os nutrientes que são absorvidos pelo corpo são bons, eles conseguem melhorar a qualidade dos fluidos que chegam às trompas, a irrigação sanguínea e a qualidade de tudo o que passa por ali.
“A nutrição diminui a capacidade de inflamação do corpo e aumenta o poder de antioxidação. Um corpo mais equilibrado, limpo e bem nutrido, melhora a qualidade do folículo e do esperma”, completa.
Dicas para casais que tentam engravidar
– Minimize o impacto do ritmo de trabalho estressante: diminua o ritmo de trabalho ou foque no emocional para que ele não tenha um impacto negativo;
– Tenha uma boa qualidade do sono: é preciso dormir de sete a oito horas por dias para reparar o corpo;
-Diminua os agentes químicos no dia a dia: troque as e garrafas de plástico pelas de vidro e o botijão de plástico pelo de barro, por exemplo. “Melhore a qualidade da água que você dá para o seu corpo, porque os metais pesados competem com certos hormônios, inclusive os sexuais”, explica.
Para os homens:
– Os homens devem observar alterações na tireoide, que afetam a qualidade do esperma;
– Evite fumar, principalmente maconha, pois ela piora a qualidade do esperma;
– Reduza ao máximo o uso de cuecas e calças muito justas.
Fonte: www.metropoles.com